quarta-feira, 19 de maio de 2010

Luar de noites cinzentas

Luar de noites cinzentas
Na lonjura de ninguém
Porque é que assim tanto tentas
Os dias de quem te tem?

Por que alcanças tempestades
Nos olhos de quem te vê
Sem perceberes verdades
Que enganam quem não te crê?

Luar de noites fechadas
Na imensidão de uma vida
Que iludes as madrugadas
Sem lhe lamberes as feridas,
Por que fechas fantasias
No secretismo da espera
Onde se prendem os dias
Das ilusões sem quimera?

Luar das noites cinzentas
Na lonjura que há na vida
Por que assim tanto me tentas
Sem me mostrares a saída?

Sem me mostrares caminho
Que levaria os meus olhos
A encontrarem carinho
Sem recearem escolhos?

Luar das noites cinzentas
Por que tanto me atormentas?...

(Felipa Monteverde)

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