quarta-feira, 26 de junho de 2013

Rosa bravia


Rosa sem perfume, sem espinhos, sem nada...
em roseira brava nascida, longe das flores criada...
colhida e abandonada, ao luar foi atirada
às intempéries da vida...

Felipa Monteverde

sábado, 23 de março de 2013

Travessia das saudades


Travessia das saudades que levo dentro de mim
navios de imensidades dessas saudades sem fim.

Atravessando este mar sinto a lonjura do tempo
onde as saudades são lar do meu choro e desalento.

Travessia da esperança onde as saudades esperam
por sonhos de uma criança que há tanto tempo morreram.

E atravessando a lonjura destas saudades sem fim
sinto a alma mais segura mais dentro de mim em mim.

Felipa Monteverde

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Estar só

Tomo o café silenciosamente, estou só.
Como de costume, aliás...
mas estar só não me incomoda
até me sinto bem e em paz.

Estou habituada a andar sozinha
sempre sem companhia.
Com o hábito, até fujo das pessoas
prefiro a solidão e a nostalgia.

Não que goste de ser assim
mas é assim que sou.
Agora é tarde para modificar
este feitio que em mim germinou.

Viver assim é muito aborrecido
vai matando lentamente...
mas já me habituei a esta vida
a este morrer constantemente.

Ser feliz é importante.
Mas também importa realizar
e alcançar os ideais
que outrora criei no meu vagar.

Por isso sonho.
Nos sonhos sei que serei feliz.
E nem me importa que isso seja
mais uma mentira que o coração me diz.

Felipa Monteverde