Tomo o café silenciosamente, estou só.
Como de costume, aliás...
mas estar só não me incomoda
até me sinto bem e em paz.
Estou habituada a andar sozinha
sempre sem companhia.
Com o hábito, até fujo das pessoas
prefiro a solidão e a nostalgia.
Não que goste de ser assim
mas é assim que sou.
Agora é tarde para modificar
este feitio que em mim germinou.
Viver assim é muito aborrecido
vai matando lentamente...
mas já me habituei a esta vida
a este morrer constantemente.
Ser feliz é importante.
Mas também importa realizar
e alcançar os ideais
que outrora criei no meu vagar.
Por isso sonho.
Nos sonhos sei que serei feliz.
E nem me importa que isso seja
mais uma mentira que o coração me diz.
Felipa Monteverde
1 comentário:
Boa noite Felipa, um poema lindo que reflecte um estado de alma com o qual me identifico! Por vezes uma solidão desejada, mão não querida. "Um contentamento, descontente..." Lembrou-me Florbela Espanca. Ah mas o sonho esse deve continuar. Um beijinho Ailime
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